terça-feira, 7 de abril de 2009

Pedro Leopoldo, 7 de abril de 2009

Dia de princesas no médico, faxina no estúdio e também de começar a postagem da parte 2 de Rabiscos Acalantos: dos matos. Meus escritos caipiras e algumas rabiscagens:

Ópera roça
( O início)

Um caburezinho dos miúdo
Achegô nesse rancho
Saído do bucho da parideira
Dispois de nove porção de trinta dia
Com um choro cantado
Já pontiando umas lágrima estridente
Na pedida do leite e de sustância
As madugada de choro a choro
Em claro de lamparina
A mãe no carrega de cá de lá
Só de boi-da-cara-preta na ponta da língua

Minguado de carne
E servido de osso
Com uns oião danado
Pula no mundo mais um Zé-de-alguma-coisa
Pra campeá nessas banda
De vida amargurada e sistema bruto

Como não bastasse a quantidade de Zés espalhados de canto a canto
Nosso José Sebastião dos Anjos
Vai curtindo esse pedacinho de começo de vida

Zé Bastião dos Anjo
Mais tarde chamado de Zuiudo
Fio de Sinhá Mimosa
E João de Zé da Noca
Ou Jão Bastião
Um caipira de choro sumido
Capengando entre terrenos de capinação
E de uma vida feita de cabo de enxada

Cisudo
Sô Jão era dono d’um bigode encardido de fumo de rolo
Um surrado chapéu de lebre
Presente do primo advogado
Cidadeado e escolado
Deixa-se o primo de lado
Volta no Jão coitado
Cismante, disprivinido
Um legítimo, desacreditado
ErranteCaipira do choro sumido

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