terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Matozinhos, 27 de janeiro de 2009


Recortes e colagens de acontecimentos num dia passado:



O chão dos estacionamentos está cheio de óleo de motor
O asfalto cheio de buracos
Uma cidade de interior
Olhos cheios de lágrimas aguardadas
Mulheres na moda do cabelo alisado
Dezesseis mortos no feriado
O país bate um novo recorde

Todas as borracharias estão sujas
O gol foi anulado no segundo tempo
Línguas e nervos almejam bucetas pela noite
Medo toma conta dos olhares

Até onde pôde ele viveu no ambulatório
A cidade está iluminada
Foram cinco pontos na cabeça
O assassinato foi logo após a missa das nove
As pessoas estão obesas
O tempo é um carrasco



E por falar em acontecimentos, hoje acontecerá um encontro jazzístico e rockístico: terça jazz no Conservatório Music bar e olha o time: Neném, Enéias Xavier, Chico Amaral e Power Trio – essa noite promete!


A origem do Powertrio


Antes de eu conhecer o Danilo ele tinha recebido uma ligação numa madrugada às três da manhã: era o Baiano dizendo que havia me visto tocar e blá, blá... Depois de uns meses eu fui fazer um show no Garage tocando baixo num trio com amigos meus de Pedro Leopoldo tocando só músicas do anos setenta. Durante o show, a Renatinha toda hora ia na frente do palco me encher o saco pedindo pra chamar o Glauco baterista do Tianastácia pra tocar comigo: Pô, o show tava ensaiadinho, o pau quebrando e a mulher toda hora me enchendo o saco e eu puto falando: - Calma! No final eu chamo o cara! E pensando: (Que porra!). Mal sabia eu que ele era um dos maiores bateristas de rock que eu já tinha visto. Ele sentou na batera eu peguei a guitarra e tocamos um som muito doido. O Glauco tinha pirado de me ver tocando aqueles baixos do Grand Funk e The Who e ainda cantando as músicas no tom original, a mão dele coçou mesmo. Aí no final do show ele pegou meu telefone, e de madrugada, mais precisamente às sete da manhã o telefone do Danilo tocou de novo: era o Glauco falando que tinha conhecido um cara chamado Gleison Túlio: encontrei o cara! Daí o Careca já armou da gente fazer um som no Conserva e batizou a banda como Powertrio. E o resto acontece por aí fellas...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Matozinhos, 25 de janeiro de 2009

Hoje um escrito sobre esse país e uns rabiscos de personagens referentes a ele:


Rua terra asfalto favela
roubo ponte assalto pinguela
fome tiro casa barraco
telha bola pedra sarrafo
sarrafo sapato
safado sistema
vida toda problema

Pé descalço saco mulambo
pão cortejo desgraça mocambo
preto branco pipoco pipoca
craque sangue branco de coca
pipôco no coco
coca na côco
criança no colo

Bola rolando no campo de terra
cabeça rolando
bola rolando
passando a bola
dá uma bola e faz a cabeça
que rola que roga e capina
o sistema
sistema danado
vil, deturpado
torpo, dopado
pobre coitado Brasil calejado
povo suado crucificado
Deus caminhando de fé de um lado diabo do outro esperando sentado

Belo Horizonte, 24 de janeiro de 2009


Foi o melhor show da tríade semanal. Ganhei nas sinucadas, o som estava bom, casa lotada, o povo agitou e queria rock. O Cordeiro ficou com pose de jogador na foto mas quem faturou foi o Zé Jagger (ou Mick Ramalho – como queira)!


Governador Valadares, 23 de janeiro de 2009


Foi o segundo show do Monalisa. Um grande público compareceu e cantou e dançou bastante. Fui muito ovacionado depois do show. Missão cumprida e com palmas! Valeu moçada de Valadares!

Conselheiro Lafaiete, 22 de janeiro de 2009


Mesmo com a chuva um público significativo compareceu no Dom Pedro. O som estava relativamente bom e a galera estava animada. A viagem de BH pra Conselheiro foi um pouco cansativa, pois ficamos mais de uma hora e meia presos no Anel Rodoviário, porém valeu a pena o esforço. Ossos musicais do ofício e mais uma missão cumprida (mesmo com atraso)...


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Belo Horizonte, 21 de janeiro de 2009


Foi um dia muito significativo: gravação do programa Alto Falante. Três músicas ao vivo: Pagando pra ver, I heard ... (com Marcelo Carrato no cajon) e Rock this house (com o Powertrio). Fiquei meio nervoso, mas acho que ficou bom. A gravação foi realizada no Estúdio Ultra (antigo 108). O mais legal foi ter conhecido o Terence : e o cara é o maior boa praça, me deixou super à vontade na entrevista e no programa em geral. Para mim, que sou fã de rock e do programa, foi, pensando bem, muito mais do significativo, mas histórico!


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Pedro Leopoldo, 20 de janeiro de 2009




E hoje é dia de São Sebastião. Hoje eu vou contar a história da música Adio Manei:
Tudo começou nos ensaios no ano de 2003 na minha casa quando aparecia uma figura muito interessante do bairro: o Cizinho. O portão da casa ficava aberto durante os ensaios e Cizinho passava na rua trincando de cachaça e entrava para ver o ensaio, então eu deixava ele cantar aquele inglês dialético e a gente continuava tocando e se divertindo. Numa dessas, Cizinho soltou o bordão mangúastico: Fruinz amobêco..... e esse bordão virou nosso bordão lúdico nos ensaios. Eu fiquei com aquela frase na cabeça....Um dia, no final de 2004, eu inventei de participar do festival Conexão Telemig Celular, acabei sendo um dos ganhadores, e o prêmio era a gravação de duas músicas no estúdio Via Sonora com a participação de um artista do conexão e mais três mil reais em dinheiro (foi quando comprei meu primeiro carro: um chevette prata 93).


A gravação das músicas foi tipo da noite pro dia, e eu não tinha nada de interessante pra gravar. Resolvi de última hora regravar The sad clown song do Ronaldo Rodrigues e escolhi o Chico Amaral para tocar o sax para recortar o violão, mas eu tinha de gravar outra música e seria interessante gravar uma música própria. De última hora criei um riff meio James Brown e entrei pro estúdio com o Fruinz... na cabeça. Gravei a batera de primeira, depois o baixo, as guitarras e uma viola caipira só com os refrões, e sem o resto da letra e sem nem imaginar uma história para ela. Peguei um cd com as bases e voltei pra casa matutando uma letra pra já gravar voz no dia seguinte. Tive a idéia de escrever um pouco sobre a minha história, e me nomeei Çutuio ao contá-la na letra (Çutuio é tipo uma abreviação de Gleison Túlio e essa é uma invenção do meu amigo Henrique Tavares). Os personagens, a princípio, eram meus familiares:
Maria – minha tia irmã do meu pai
Estelita – minha tia irmã do meu pai
Agripina – minha vó paterna
Zé do Bino – meu avô paterno
Çutuio – eu
Maria Bessa – minha mãe
Sô Nô – meu pai E a letra original ficou assim:



Fruins Amobêco Patiorrênz Adio Mânei

Sinhá Maria fuchicô com Estelita
Que falou com Agripina casada com Zé do Bino
Que o Çutuio fio da Maria Bessa anda tonto e numa pressa
Veja homi seu minino
que ele anda com um canto meio embolado
Um violão indiabrado uma gaita e um chapeuzinho
fica cantando zunindo que nem musquito
um versinho esquisito repetido e bem assim:
Fruins Amobêco Patiorrênz Adio Mânei

Sô Nô que é pai queria dar uns conseio:
- Esse verso é muito meu fio para com isso!
Vai trabaiá e larga logo essa viola que isso é coisa de boiola
vai procurar um serviço!
Mas o Çutuio que era um cabra guerreiro respondeu bem regateiro logo em primeira mão:
- Não vou largar minha viola não sinhô larga disso eu não vou, vou ganhar muito dinheiro com esse tal de
Fruins Amobêco Patiorrênz Adio Mânei

E o Çutuio que eu vejo em dia ta que é só uma maravia
Já não passa mais aperto anda com zapi, seticopa e ispadia
No truco tem as manilha e na vida deu um conserto
Tá todo dia viajando pelo estado com o bolso empapuçado
Sua gaita e o chapeuzinho
(e muita muié)
Anda ganhando um dinheiro arretado cantando pra todo lado
O seu verso embolado

Fruinz Amobêco Patiorrênz Adio Mânei



Todo feliz eu fui mostrar a letra feita em tempo recorde para minha mãe e ela surtou:
- Que é isso! Você não pode colocar os nomes dos parentes assim na música não! (acho que ela também ficou com ciúme pois não tinha o nome de ninguém da família dela...)
No final eu achei que seria uma boa idéia mudar os nomes e criar um outro personagem principal da história: foi aí que rolou: Çutuio virou Zuiudo (ó o cara aí que eu desenhei:)




Estelita virou Sá Pretinha
Agripina virou Ambrosina
Maria Bessa virou Sinhá Mimosa
Zé do Bino virou Zé Fimino
Sô Nô virou Seu João
Resolvido o problema. E ficou bem melhor... Maria Bessa foi a responsável pela boa mudança da letra que nos arremates ficou assim:



Adio Manei (Gleison Túlio)

Sinhá Maria fuchicô com Sá Pretinha
Que falou com Ambrosina casada com Zé Firmino
Que o Zuiudo fio da Sinhá Mimosa anda tonto e numa prosa
Veja homi seu minino que ele anda com um canto meio embolado
Um violão indiabrado uma gaita e um chapeuzinho
fica cantando zunindo que nem musquito
um versinho esquisito repetido e bem assim:
Fruins Amobêco Patiorrênz Adio Manei

Seu João que é pai queria dar uns conseio:
- Esse verso é muito meu fio para com isso!
Vai trabaiá e larga logo essa viola que isso é coisa de boiola
vai procurar um serviço!
Mas o Zuiudo que era um cabra guerreiro respondeu bem regateiro logo em primeira mão:
- Não vou largar minha viola não sinhô larga disso eu não vou, vou ganhar muito dinheiro com esse tal de
Fruins Amobêco Patiorrênz Adio Manei

E o Zuiudo que eu vejo em dia ta que é só uma maravia
Já não passa mais aperto anda com zapi, seticopa e ispadia
No truco tem as manilha e na vida deu um conserto
Tá todo dia viajando pelo estado com o bolso empapuçado
Sua gaita e o chapeuzinho
(e muita muié)
Anda ganhando um dinheiro arretado cantando pra todo lado
O seu verso embolado
Fruinz Amobêco Patiorrênz Adio Mânei

Fui pro estúdio com os originais da letra rabiscados com os nome novos e gravei a letra sem saber a melodia direito nos trancos e barrancos mas o resultado final foi bacana. E a música saiu na coletânea Conexão Telemig Celular 2004 com o nome Fruinz Ambêco Patiorrênz Adio Manei com uma versão bem bacana, mas uma mixagem comprimida pra caralho (não deixaram eu participar das mixagens – fiquei puto – depois falei com o Curu da Cria que a mixagem tinha ficado uma bosta; acho que por isso eles não me chamaram para participar dos festivais seguintes...). (e no dia do show o Chico Amaral brigou comigo falando que o som do sax dele tinha ficado uma merda e coisa e tal em The sad Clown song ; a culpa não foi minha Chiquinho...). No final de tudo teve o show, o disco e todos viveram quase felizes para sempre.


Em 2006, o Wolf iria dirigir a novela Cobras e Lagartos e eu e o Elísio mandamos três músicas novas para ele escolher e de quebra eu coloquei Fruinz como a quarta faixa fechando o cd demo.Não é que o cara gostou foi dela, mesmo dois anos depois... Ela entrou no Cd Cobras e Lagartos Saara e tocou várias vezes quando aparecia a família do Foguinho (Lázaro Ramos) ou alguma cena engraçada.

Só que o Wolf achou melhor dar um reciclada no nome Fruinz.... porque era grande demais pra ficar na capa, aí ele deu a sugestão do título: Adio Manei.

Fechou. Até nisso o cara dirige bem.


Quem quiser ouvir e baixar essa e outras músicas pode acessar:
www.palcomp3.com.br/gleisontulio
That’s all folks e inté!

Dom Joaquim, 19 de janeiro de 2009



Depois de um final de semana folclórico fui obrigado a sair da roça que eu tanto adoro, para voltar para a cidade engolidora de tempo. Muitas e boas recordações ficaram dessas pequenas férias em meio ao casamento da prima e as sanfonadas do Tio Quinca Bessa. A melhor de todas foi a reunião dos cinco irmãos Bessa e a bateção de paiada do pós casório. Lá sim é onde quero morar: e num rancho bem moitado. Aproveitando, a reunião do povo, um escrito genealógico recorta bem as imagens das famílias Bessa e Ferreira – óia só:

Família folclórica

Criados em cima do carro de boi.
Na vaquejada
com costumes duros
Feijão cozido e farinhada
com mazurca, forró, reza
terço e fofoca: preconceitos
esse rio de gente
nesse oceano que é Minas
e sou gota dele

Uma vó Agripina
outra Juventina
Um avô Zé do Bino
outro Zé Bessa

Mas o folclore não está só nos nomes
O folclore para nessas raízes avessas

Folclórica família
Família folclórica
florida de folclores

venho de uma família folclórica
Meu sangue mineiro
Meu sangue caipira

Uma tia Sinhá Estelita
casada com João Timóteo
um tio Abel Bessa e seu bigode de tira estiloso
pai de Fernando Henrique
(homenagem ao presidente da época)

Dois tios Quincas
um sanfoneiro, outro violeiro
o violeiro: voz presente e bigode penteado
pai de filho com nome de prefeito
o sanfoneiro: uma festa de hospitaleiro
de trabalhador
pai de uma família de dar gosto

onde bate essa sanfona, esse violão, faz jorrar sorriso

Cabeça de égua afiada
pinho concentrado
influência arretada
nesse peito meu amarrotado

Família de cantadores
que não canta dores

Outro tio sanfoneiro
Expedito, Pedico
cheio de dedos e toques
deleita no fole
seus medos doces e azedos

Chora sanfona beata
Conta história pela mata
Canta história na cidade

Maria mãe minha
O pai José
Josés e Marias sobram por essas Minas
e os dessa família têm
sangue nobre, de caboclo
que paga em dia
que trabalha dias
que sorri até no findar das alegrias

A propósito: Maria Bessa casada
com Nõ de Zé do Bino

E nos dias de quermesse
E nos dias de doença que enfraquece
lá estão juntos: aquele batalhão de gente
pronto para o que der
o que vier
o que acontecer

Famílias de carapinas
de músicos
de abtolados
de introspectivos
de gente humilde
de gente brava
Minha família folclórica

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Pedro Leopoldo, 13 de janeiro de 2009


Milagrosamente nesse final de semana estou quase de férias, e por falar em férias temos um escrito de um dia de férias na cabana de um amigo num fim tarde:



Casa de amigo

A rua aprazível
Aviãozinho de madeira pendurado
Marionete
Uma estante e guarda-roupa fixos
O vitral para sensibilistas

O céu liberou a entrada da luz somente pela janela
(a luz foi subordinada e subornada pelo céu a entrar)
De troca um reflexo

Uma rede de dormir marrom
-é só reencostar na diagonal - disse uma baiana
Como os antigos, o deixar de sapatos à porta
Como uma velha tia minha

O ar aprazível de uma cidade dita em canções

Uma luminária de chapéu de palha: espantalho urbano de mau agouro

E a rua aprazível
E a brisa
E a preguiça
E deixa-se isso e levanta-se
Para depois escrever outra poesia
Em outros capítulos de vida

Ontem chovia
Hoje o brilhar do dia
Amanhã saudade

Pedro Leopoldo, 12 de janeiro de 2009

A trupe do rock desceu toda pro meu estúdio e fizemos um grande barulho regado á Led, costelinha, tutu e suco de acerola. Acho que o Byarne vai voltar pra Dinamarca satisfeito!




Pará de Minas, 10 de janeiro de 2009


A jornada da madrugada foi dupla: primeiro participação no show do Zoom Bee Dôo com meu show em seguida no palco principal e segundo: show no scotch bar com participação do Podé, do Maurinho e do Elísio. O show do scotch foi melhor que o do palco prinicipal, pois o som estava envenenado e eu também em conseqüência, diga-se de passagem.




Santa Bárbara, 10 de janeiro de 2009




Fomos muito bem recebidos na Transamérica e participamos do programa TPM onde eu aproveitei pra tocar umas músicas novas. Um programa de humor e música: alto astral para depois pegar caminho de São José para resgatar o Áureo.

Santa Bárbara, 09 de janeiro de 2009


Muita gente: muita gente. Mais tarde nosso amigo Elísio Lajes chegou pra fazer festa com seu pandeiro. Os Palas compareceram e animaram o coreto como sempre.No final até o Glauco apareceu de quebrada. Uma noite de dar pala mesmo? Advinhe...




Catas Altas, 09 de janeiro de 2009


No caminho de Santa Bárbara, vimos um lugar bacana para fazer umas fotos, paramos para fazê-las, eu tentei fazer uma direção de fotografia, mas no final quem saiu com pinta de artista foi o Ney (garoto propaganda da Crafter?)...






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