domingo, 24 de janeiro de 2010

Pará de Minas, 23 de janeiro de 2010

Antes de ir para a Girus, deixo um poema e um desenho da época do Cabocobão

O caipira psicodélico

Corações analógicos a postos
Lá vem o caipira
Caipira psicodélico
Enxada colorida contra tudo o que é bélico
Um vinil na algibeira
Poeira de sementes nos dentes
E uma vontade tamanha de ser boa gente

Chapéu de palha
Também colorido
Multi-colorido de humildades
Mentiras e verdades

Um alforje lotado de bonomia
Um nome bizarro com tom de alegria
Um arco-íris no bolso de trás
Pé no chão literalmente

Quando lhe dói a cabeça
Seu analgésico é um
ácido lisérgico

antenado ao folclore
desligado do moderno
plugado com um cabo
segue com seu canto
meio riso, meio pranto

Uma mente valvulada
Uma viola de dez cordas turbinada
Uma cabeça de égua de oito baixos
Segue caipira autêntico no meio da boiada

Farda xadrez
Calça remendada e botina
Cantando vida, sorrindo vaquejada
Surta com o novo e o velho
Tornando-os homogêneos
Transformando-os em nada

Com o dia nos ouvidos
E a noite no canivete
Caminha caipira
Por caminhos corridos

Caipira psicodélico
E uma sanfona digital
Um queixo-duro-cavalo-alado
E um crucifixo do lado
Pede ao Senhor Jesus Cristo
Para acalmar esse mundo estressado

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