quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Pedro Leopoldo, 27 de janeiro de 2010

Hoje é aniversário dessa cidade, que continua cheio de fantasmas políticos, bandidos, mentiras, desdéns, traições e algumas alegrias. Em particular um sentimento de saudade, preocupação e um pouco de dúvida teimando a coçar a cabeça.
No meio de muita música e disse tudo, que nem sei se importa, deixo um rabisco ( onde começo a terceira parte do Rabiscos Acalantos ) e um escrito que fala do meu canto...


Meu Acalanto

Num acalanto esbelto, tardio
Guardado esmaltado
Por entre alqueire baldio
Dança meu cântico desalmado
Latente, arredio
Sob findares dos afazeres solares

Chora bucólico, de lágrima empunhada:
Poeira soturna de pé pela estrada
Entre rasgos por estrofes banhadas
Meu acalanto
Um taciturno
Canto de dor desenfreada

Acalanto esse fiel no levante
Vento cognato a orgasmo latejante
Como candeia com azeite e fogo de enfeite
Cântico frenético em extremo deleite

Toada nova, peituda, desenfreada
Mateira urbana prostituizada
Açoite de garganta pobre
A moer melodias de porte límpido e nobre

Pomposo acalanto
Criminoso perfeito
Ladrão que à espreita forja escapar do peito
Donde brota, vomita , arrota
Esse refrão imperfeito

Cantiga puta perversa
Que o peito toma, enruga
Estupra, infesta
Retomando a nostalgia, a fuga
Lapidando monotonia d’um refrão desafogado
Outrora grito desgraçado
Que agora num sorriso amarelo
Desvaira canto louco, singelo

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