sábado, 17 de abril de 2010

Belo Horizonte, 16 de abril de 2010


Vamos de mais rabiscos e esboços:


Esta viola rasa, distinta, absurda

Um rasgo no nada

A dor desesperada

Viola chorada

Afogada na mágoa do açoite

De dia e de noite


Esta viola amargurada

Que veste um sorriso de dor exaltada

Num pranto


Quebranto da ira o pinho esculpido

Qual cintura da amada cantada na lira


Esta viola descrita impertinente

Lágrima

Salgada amarga estridente

Sustando distante

O triste verso, vacilante caminhante

Na lua, rua desse universo


Desamores que ficam crônicos

pessoas que findam

valores anacrônicos

amores anônimos


Pensamentos sórdidos

opiniões que são válidas

lamentos que são nada

tempos de desconcerto


Flores de outono

invernos que pesam

pedras que esfarelam

fé que fica descrente


Falhas em ti

problemas inacabáveis

e poemas também...


Amórfico

Encardido poema

Escrito a borrões

Feito com caneta que falhava

Borrão de poema

Feito às pressas

Derrotado

De bolor singular

De poeta antecedente à morte

Verso desgraçado

Desgarrado de simetrias

Sem métricas

Sem honrarias

Turvo

Redundante

Curvo

Petulante

Escarrado

Dilacerado

Poema condenado

De um bodum condensado

Em frias e longínquas bordas

essas bordadas de desprazeres

Escuro

Vadio, traído

Boêmio, viúvo

O fator medo o consome

Ele desintegrado

Mórbido poema

Por vezes fúnebre

Desses que não se deve escrever

Desses que não deve viver


Coloquialismo, coloque ali

Ali mesmo, o coloquialismo


Coloque ali mesmo, o coloquialismo

Ali na língua, alienada língua

Ali na língua do povo


Coloque ali mesmo o coloquialismo

Na língua do povo dito erudito

Coloquialismo na língua purista

No foco radical da língua radicalista

Coloquialismo, com lacre ambíguo

Coloquialismo:dom lorde amigo da língua de baixa classe


Licença poética aos ignorantes!

Licença poética aos ignorantes!

Licença poética aos ignorantes!

Amém


Mentiroso verso

Mentiroso verme

Verso verme

Verme perverso


Camuflado verso

Retalhado

Quase desmaiado


Verso demente

Desgraçado

Verso mentiroso

Ausente

Escarrado


Descolorido verso

Dolorido

alterado


Sentimento desmantelado

Estranho, extremo, inconformado.

E o amor marca o passo da saudade.


Mariana, 15 de abril de 2010


Os Pallas, Wendel, Vira-latas, Dibôsco e todos os marianenses presentes merecem meu apreço! Valeu! Mesmo com GT gripadão e sem voz o show acabou sendo muito legal. Salve salve a turma do Salloon!!!

domingo, 11 de abril de 2010

Belo Horizonte, 11 de abril de 2010

E a saga de “Rabiscos Acalantos” continua...


Coisas


Coisas que aconteço

Sofro que adormeço

Perdendo-me em nuvens

Tal lagarto descoberto

Criatura de feltro

Eu seguida estrofe

Fico em mim, pairo

Num papel de coração

Iscas d’um acordar de flâmula

Oscilar

Influi em ti

O que de mim foi chorar

Chora cá o infinito de lá

Sem filosofar, eu escrevendo a esmo

Por conseguinte, ereto de semblante

Caminho sobre o distante

De meu longínquo espelho

Salvo bolhas de sabão

É coisa elementar

E adormeço de coisas que aconteço


Tenho um amargo

Guardado

E encardido

Mal amado, fingido.

Tímido

Mal entendido

(comum às pessoas no seu íntimo)

De onde sai o medo

a vontade

A saudade

O desespero

Um azedo,

Amargo

Do morrer mais cedo


O ridículo é característica de todo ser humano, mesmo que parcialmente
Um tratado da palavra


A palavra invade a gente

Palavra me define

a palavra me definha

a palavra me submete

a palavra é bela

a palavra é tradução do que quero e às vezes não consigo

a palavra é até o que eu não digo

Levo minha palavra no bolso da mente

A palavra causa

a palavra mágoa

a palavra fere dentro

Não vivi sem ela

pois desde menino minha mãe

cobrava:

-fala filho!

-diz

-repete!

A palavra certa às vezes é a palavra errada

Gestos são letras

Mímicas são frases

sentimentos são textos tensos

olhares palavras eficazes

Pensamento: a palavra calada

O meu verbo não é o meu princípio?

Defequei palavras em papéis

vomitei a contra partida de meu verbo

Sou menos que um fonema

Sou uma sílaba de metáfora

Uma metáfora da mentira

Sou um poema disfarçado, safado, metamorfoseado

Minhas palavras gerais de Minas

Tudo inclui a palavra

Devoro livros

cuspo dizeres e dependendo os escarro

O silêncio é palavra

o movimento é fala

Nome é palavra.

Dizem ter palavras que não

podem ser ditas.

Minha palavra é desacostumada

Minha palavra é franca

O sentimento é alfabeto do coração

Na palavra há um mundo de mistério

Viajo nas palavras

Visto-me de letras

falo lento, rápido, gaguejo

Sou um substantivo concreto que almeja o abstrato

Minha palavra é rabiscada

Minha palavra é pobre mas é digna como povo de roça

Palavra é vida, é morte

A vida é memorial de palavras a esmo!

Minha palavra é curta

dura somente uma vida

minha palavra sofrida.


Pedaço de papel

Para ser preenchido

Pedaço de saudade

Para ser reprimido

Pedaço de música

Para ser ouvido

Pedaço de alegria

Para ser vivido

Pedaço de poesia

Para o ser


Quem irá dizer?



Esse antro que me atrai

Esse astro que arrasta essa ânsia, essa dor

Caco de vida mal colado

Insônia que ficou

Esse jeans velho, desbotado

Já foi estrela em nosso show

Já virou obsessão

Verlaine e Rimbaud

Abrevio nosso histórico

Recitando em versos tortos

Numa estrofe decadente

De poeta vacilante

Vou em frente

Mesmo errante

E quem irá dizer que o amor não resistiu até aqui?


Belo Horizonte, 09 de abril de 2010


O Powertrio atacou um show emocionante! A casa não estava lotada mas o Studio Bar exalou boas energias... O pau quebrou com muito improviso e maturidade... Pela primeira vez na vida tenho orgulho de tocar numa banda vanguardista de verdade. Salve Jovem e Ti Glauco! Só Kekêtcha que fez ua farta né quentins.....

Belo Horizonte, 08 de abril de 2010


O Lord Pub não estava muito cheio mas o público ovacionou bastante o show. Mesmo com o técnico de som catimbando, ( tem técnico que é mais estrela do que os músicos...) deu pra levar... O povo acha que é fácil... Mas também não e difícil....rs..

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pitangui, 3 de abril de 2010



Muita gente prestigiou a festa “ Até que enfim” em Pitangui. Apesar da acústica reverberante o show foi bem legal e tivemos a presença ilustre do Maninho. Sábado de Aleluia mesmo!

Governador Valadares, 2 de abril de 2010

Depois de muito tempo um bom retorno na Monalisa com casa cheia, japonês e canja da Kekê. Essa vida tem muita coisa da boa...




Belo Horizonte, 1 de abril de 2010 (parte 2)


Falcatrua no Conservatório para relembrar os velhos tempos com muita falcatrua e algumas músicas novas. A arte do Piva vale tirada de chapéu sem menosprezar a risada do Careca.. Num é galera?....

Belo Horizonte, 1 de abril de 2010 ( parte 1 )

Acredite.....

Se quiser:

No canto da Contorno tinha um meio fio

Tinha um meio fio

No canto da Contorno tinha um meio fio

Nunca me esquecerei dessas falcatruas

Na vida de minhas esquinas tão navalhadas

Nunca me esquecerei

Que no canto da Contorno tinha um meio fio

Tinha um meio fio

No canto da Contorno tinha um meio fio






quinta-feira, 1 de abril de 2010

Rio de Janeiro, 31 de março de 2010


O tempo de uma fechadinha no estúdio mas mesmo assim deu pra continuar os trabalhos entre edições e afinações. Ossos do ofício na vontade de regressar. A vida é pra essas coisas mesmo...

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